domingo, 11 de dezembro de 2011

Retrospectiva 2011: Bahia começa mal, mas compensa com Sul-Americana

Tricolor decepciona no Campeonato Baiano, sofre no Brasileirão, mas fecha o ano com vaga na competição continental

Um ano para recuperar a autoestima do torcedor tricolor. Assim 2011 pode ser definido. O time pode até não ter quebrado o jejum no Campeonato Baiano, mas a permanência na elite do futebol nacional depois de sete anos e a vaga na Copa Sul-Americana coroaram a temporada do Bahia.

Assim como nos anos anteriores, o planejamento não foi o forte da diretoria. Apostas deram errado, o plano teve de ser refeito diversas vezes, e nada menos do que cinco treinadores (Rogério Lourenço, Vagner Benazzi, Chiquinho de Assis, René Simões e Joel Santana) comandaram a equipe na temporada - uma média de um técnico a cada dois meses e meio.

Apesar dos erros cometidos ao longo do ano, 2011 serviu para que o Bahia fosse colocado mais uma vez no cenário nacional com respeito. O time voltou a contratar jogadores consagrados, conquistou vitórias surpreendentes fora de casa e, em Pituaçu, reviveu o chamado "espírito Tricolor".

Foto: Celso Pupo / Agência Estado
 
Mesmo com momentos de superação, o ano não foi tão proveitoso dentro de campo. Entre o Campeonato Baiano, a Copa do Brasil e a Série A do Campeonato Brasileiro, o Bahia disputou 62 partidas, com 23 vitórias, 19 empates e 22 derrotas. Um aproveitamento de 47,3% na temporada.

Apostas erradas no começo do ano
Depois de sete anos, o Bahia iniciou a temporada com o status de Primeira Divisão. Aliás, ao contrário dos anos anteriores, o Tricolor podia de vangloriar de ser o único time baiano na elite do futebol nacional. Este fato, somado ao jejum de não vencer o Campeonato Baiano desde 2001, aumentaram a pressão pela conquista do Estadual.

Mas a aposta da diretoria atrapalhou os planos. O Bahia refez quase todo o elenco que terminou a Série B de 2010 na terceira colocação e apostou todas as fichas em promessas. Uma delas ficou no banco de reservas, o técnico Rogério Lourenço, que durou apenas cinco partidas.

Os erros do começo do ano custaram caro. Na primeira fase do Baiano, o Bahia ficou na segunda colocação de seu grupo, com três pontos a menos que o Bahia de Feira. Na segunda fase, mais uma vez o time de Feira de Santana levou a melhor. Mas a diferença caiu para dois pontos.

Mais um ano de jejum no estadual
Sem conseguir superar o Bahia de Feira em nas primeiras fases do Baiano, o Tricolor não escapou do maior rival na semifinal. O Ba-Vi, tão esperado para a decisão do Estadual, foi antecipado.

O Vitória, com melhor campanha, entrou na decisão com a possibilidade de jogar por dois empates ou dois resultados com mesmo saldo de gols. Na primeira partida, derrota do Bahia por 1 a 0 no estádio de Pituaçu. Na volta, no Barradão, o Tricolor conseguiu vencer por 3 a 2, mas não fez a vantagem necessária e ficou de fora da decisão.

O sonho do torcedor de voltar a comemorar o título estadual teve de ser adiado. Mas, neste ano, o torcedor tinha um alento: o clube estava na Série A.

Humilhação na Copa do Brasil
Se no Baiano o resultado não foi bom, o mesmo pode se dizer da primeira competição nacional do ano. Na Copa do Brasil, o Bahia soube administrar as duas primeiras fases. Com empates fora de casa e triunfos em Salvador, eliminou o São Domingos-SE e o Paysandu.

Nas oitavas-de-final, a possibilidade de enfrentar um adversário de Primeira Divisão antes do início do Brasileiro. Pela frente, a equipe tinha o Atlético-PR. Desta vez o primeiro jogo foi em Pituaçu: empate em 1 a 1.

Na volta, o vexame do ano. Na Arena da Baixada, o Bahia foi completamente dominado pelo time paranaense e, com uma vergonhosa goleada de 5 a 0, eliminado da Copa do Brasil. A competição terminava ali, mas, assim como foi no Baiano, o alento voltou à mente do torcedor: o clube estava na Série A.

Reencontro com a Primeira Divisão
Os tropeços das primeiras competições do ano fizeram com que a diretoria mudasse completamente os planos. A aposta em jovens jogadores ficou para trás, e o clube decidiu arriscar alto. Atletas conhecidos e polêmicos como Jobson, Carlos Alberto e Ricardinho chegaram ao Fazendão para reforçar a equipe no Brasileiro.

Dia 22 de maio de 2011. Após sete anos, o Bahia voltou a entrar no gramado para disputar uma partida pela Série A. No interior de Minas Gerais, o Tricolor saiu na frente, mas, de virada, perdeu para o América-MG.

O primeiro jogo em casa aconteceu somente uma semana depois. Diante do Flamengo, o Bahia fez uma partida disputada e mostrou que emoção não iria faltar ao longo da competição. O confronto terminou em empate: 3 a 3.

Em altos e baixos com René Simões, o Tricolor decepcionava a torcida no estádio de Pituaçu e surpreendia fora de casa. Assim foi com os triunfos diante do Fluminense e Atlético-PR, e no empate com o Vasco, em São Januário.

Sem conseguir emplacar, apesar das boas atuações, René deu lugar a Joel Santana. Com o time ameaçado pelo rebaixamento, ‘Papai Joel’ deixou os jogadores de maior expressão – Ricardinho e Carlos Alberto – de fora, deu mais oportunidades a quem andava esquecido no Fazendão e deu atenção especial para o sistema defensivo.

Torcida brilha e é premiada com a Sul-Americana
Assim como aconteceu nos últimos anos, a torcida do Bahia foi destaque durante todo o Brasileiro e se tornou ainda mais importante na reta final. Com a sua força, o time conseguiu a virada histórica diante do São Paulo, quando perdia por 3 a 1 no segundo tempo, e venceu o jogo por 4 a 3.

Foto: Eric Luis Carvalho/Globoesporte.com
 
Foi assim, com o apoio incondicional do torcedor, que o Bahia conseguiu se livrar do rebaixamento e se manter por mais um ano na Série A do Campeonato Brasileiro. E, se o tricolor iniciou o ano com a autoestima elevada, terminou ainda mais feliz.

Com 22.741 pessoas por jogo, o clube teve a segunda melhor média de público do Brasileiro – ficou atrás apenas do Corinthians. Como prêmio, o alento do torcedor mudou. Depois de passar o ano com a felicidade de ver o time de volta na elite do futebol nacional, a torcida vai entrar em 2012 com a moral de voltar a disputar uma competição continental depois de 23 anos.

Fonte: Globo Esporte.com

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